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Capítulo II

Quando a porta foi aberta diante de Darl, a ofuscante luz do sol bloqueou a vista que se formava. O garoto cobriu seus olhos cansados, que pareciam haver sido mantidos abertos durante toda a noite. Quando os abriu novamente, sua respiração, já a ponto de tornar-se ofegante pela tensão, parou. Havia casas. Muitas delas. Paredes e telhados erguiam-se até onde os olhos podiam alcançar. Entre elas havia algumas árvores e várias ruas cobertas por folhas amarelas e vermelhas do outono, ao longo das quais andavam pessoas. Talvez uma dúzia delas estivessem no campo de visão de Darl. Era um número muito maior do que o garoto sonharia em ver. Por quase três luas, estivera dentro de uma casa com janelas barradas e a porta trancada, sem qualquer contato com a grandiosidade do mundo além delas. Então, de um instante para o outro, seu escuro horizonte expandiu-se e brilhou. Era belo em um momento, e assustador em outro. — Vem. —, com a frieza de sempre, disse Gundar.

Capítulo I

  — Quando eu sair —, Gundar disse, com a mesma séria expressão que mantivera todos os dias. —, bloqueie a porta com uma cadeira, como eu ensinei. Após dar a notícia de que deveria partir para uma caçada com outros soldados e caçadores, esteve passando longas instruções a Darl sobre como agir em sua ausência.   — Aquela janela leva aos fundos. —, o soldado continuou, enquanto apontava para a única janela da casa que não havia bloqueado com tábuas. — Ela é sua única rota de fuga. Ela levava a uma pequena área cercada por peças de madeira, isolada do exterior. A não ser que alguém pisasse sobre um apoio, não poderia ver por cima dela. Era lá que ficava o poço, a latrina, e também onde Gundar ensinara ao garoto os básicos de espada com escudo e arco e flecha. Aparentemente, as armas mais comuns no campo de batalha eram lanças, mas não eram a melhor opção em autodefesa. Ainda assim, se Darl deveria tornar-se um soldado no futuro, aprender a usar a lança parecia uma opção tão razoável quant