Capítulo II
Quando a porta foi aberta diante de Darl, a ofuscante luz do sol bloqueou a vista que se formava. O garoto cobriu seus olhos cansados, que pareciam haver sido mantidos abertos durante toda a noite. Quando os abriu novamente, sua respiração, já a ponto de tornar-se ofegante pela tensão, parou. Havia casas. Muitas delas. Paredes e telhados erguiam-se até onde os olhos podiam alcançar. Entre elas havia algumas árvores e várias ruas cobertas por folhas amarelas e vermelhas do outono, ao longo das quais andavam pessoas. Talvez uma dúzia delas estivessem no campo de visão de Darl. Era um número muito maior do que o garoto sonharia em ver. Por quase três luas, estivera dentro de uma casa com janelas barradas e a porta trancada, sem qualquer contato com a grandiosidade do mundo além delas. Então, de um instante para o outro, seu escuro horizonte expandiu-se e brilhou. Era belo em um momento, e assustador em outro. — Vem. —, com a frieza de sempre, disse Gundar.